Durante o regime Otomano, as comunidades étnicas católicas croatas na Bósnia sofreram muito nas mãos dos turcos, e a grande maioria foi obrigada a se converter ao Islamismo. As mulheres e até crianças eram constantemente submetidas a abusos sexuais. Em resposta a essas barbaridades, as mulheres começaram a tatuar as mãos, dedos, peitos e testas com cruzes e outros ornamentos seculares.
Acreditavam que este ritual criava uma barreira espiritual que as protegia dos turcos ou que, pelo menos, informava as pessoas à sua volta que tinham sido católicas antes de serem submetidas a uma conversão forçada. Os símbolos nas tatuagens se constituem em várias cruzes, geralmente são desenhadas no interior de círculos, o círculo quase sempre brilha - como um disco solar e os pequenos ganchos parecem indicar sua rotação. Em cada um de seus galhos, a cruz é barrada, flechada ou ramificada.
Essas tatuagens são especialmente usadas por mulheres católicas e os argumentos mais profundos e frequentes são de importância religiosa ou mágica.
Amuletos e tatuagens mágicas são freqüentemente usados na Bósnia e fomos convencidos de que eles são tão usados pelos cristãos quanto por alguns muçulmanos que utilizam fórmulas mágicas ou se dedicam à fabricação de talismãs e símbolos mágicos.
Eram feitas de uma mistura de carvão e até leite humano entrava como ingrediente na hora de desenhar as tattoos. Leite, Cinzas, Sangue e fé, composição poderosa.
Mas, com a criação da Iugoslávia comunista, que parte da Bósnia e Herzegovina tornou-se após a Segunda Guerra Mundial, essa prática de tatuagem não era tão desejável e enfrentou um declínio acentuado. O último exemplo registrado de uma pessoa que fez a tatuagem tradicional com um método tradicional é de 1984. Hoje, nos tempos modernos, alguns jovens retomaram a tradição se valendo destes símbolos de fé que outrora foram grandes escudos espirituais e bandeiras representativas em tempos tão sombrios.
E você? Possui alguma tatuagem ritualística?
Fonte: "Divination, magic and religious tattoos in Bosnia" por Jean Claude Montbarrey.
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